Que a Acupuntura ajuda no alívio da dor e promoção de bem estar, você já sabe. Mas será que ela também contribui para reforçar o sistema imunológico?
Continue sua leitura para descobrir essa resposta.
Existe uma área de estudos relativamente nova chamada Psiconeuroendocrinoimunologia ou PNEI, que procura entender as interrelações entre os sistemas imunológico, neurológico e endócrino com o aparelho psíquico.
E porque saber sobre a PNEI é importante?
Como sabemos, o sistema imunológico, responsável por nossa capacidade de combater infecções e também o surgimento de células tumorais não atua isolado do resto do organismo, então ele é importante não só para nos proteger de doenças infecciosas como também para combater o surgimento de células cancerígenas.
Através de vários estudos, a base científica da PNEI foi estabelecida, mostrando que o sistema imunológico influencia e é influenciado por nosso aparelho psíquico (personalidade e emoções), pelo sistema neurológico (cérebro, sentidos e neurônios) e endócrino (glândulas e hormônios).
O que a PNEI vem nos mostrar é que nosso corpo não é composto por órgãos que atuam isolados, mas sim pelo resultado da interação entre eles, que podem ser positivas e de reforço, ou negativas e deletérias.
Várias descobertas nos mostram a interação entre esses sistemas:
Década de 70
1. Robert Ader e Nicholas Cohen, dois pesquisadores da Universidade de Rochester, testavam o condicionamento em ratos.
O condicionamento foi demonstrado em um experimento clássico de Pavlov, no qual ele tocava um sino antes de alimentar os cães, e com o tempo percebeu que bastava tocar o sino para que os cães começassem a salivar, mesmo que não houvesse alimentos.
Para condicionar os ratos, os pesquisadores ofereciam água com açúcar misturada com Cytoxan, uma substância que causa náusea, aversão ao sabor e supressão do sistema imunológico.
O que eles observaram é que depois do condicionamento, oferecer água com açúcar sem a substância levava à morte de alguns animais e a dosagem de anticorpos desses ratos estava muito baixa.
Isso significa que um estímulo no paladar (sabor doce) estava afetando a função imunológica dos ratos, mostrando a interação do sistema neurológico e imunológico.
2. Outros pesquisadores, Hugo Besedovsky, Adriana del Rey e Ernst Sorkin, na Suíça, mostraram que as interações ocorrem nos dois sentidos, ou seja, o sistema neurológico afeta o imunológico, mas o sistema imunológico também afeta o neurológico.
Eles verificaram que resposta imunológica desencadeava aumento na atividade dos neurônios do hipotálamo e também respostas neurais e autonômicas importantes para a imunorregulação.
Era como se o sistema imunológico fosse um órgão dos sentidos, para ajudar o cérebro a enxergar o que estava acontecendo em nível microscópico e assim além de participar da defesa do corpo era capaz de se comunicar com cérebro e modificar sua atividade.
Década de 80:
1. O pesquisador David Felten, da Escola de Medicina da Universidade de Indiana, encontrou terminações nervosas no timo e no baço (órgãos relacionados com o sistema imunológico) que terminavam próximo de aglomerados de células de defesas, como linfócitos, macrófagos e mastócitos.
2. Candace Pert, da Universidade de Georgetown, descobriu que as emoções são produzidas pela liberação de neuropeptídeos específicos pelo sistema límbico (parte do cérebro que regula emoção) e também pelo sistema endócrino.
A pesquisadora encontrou receptores específicos para neuropeptídeos tanto nas paredes celulares de neurônios, quanto nas células do sistema imunológico, mostrando que os mesmos neurotransmissores agem diretamente sobre o sistema neurológico e imunológico.
Emoções e o sistema imunológico
Uma forma muito simples de perceber isso é observar que quando uma pessoa está passando por um período de tristeza, ansiedade ou estresse sua “resistência” contra infecções diminui e quadros gripais, infecções urinárias ou digestivas são mais frequentes e com maior intensidade.
O interessante é que muitas vezes quando as pessoas passam por uma fase na qual as infecções são mais frequentes, a principal solução buscada é fazer uso de alguma vitamina na esperança de melhorar a resistência do organismo.
Ainda que as vitaminas possam ajudar, elas não consegue resolver a questão a longo prazo, porque é preciso atuar na raiz da questão.
Acho que agora ficou claro como os três sistemas (neurológico, endócrino e imunológico) agem coordenados, e principalmente de que modo eles são afetados pelas emoções.
Essa visão integral da pessoa é um dos pilares da Acupuntura, que não tem por objetivo tratar uma doença, e sim ajudar o corpo a resolver padrões de desarmonia.
Por isso, com frequência, a pessoa vem tratar de uma dor lombar e percebe melhora da constipação e do sono; ou vem tratar a enxaqueca e percebe melhoras na TPM e também da pele.
Além do efeito local da agulha, existem os efeitos à distância que são produzidos pela liberação de encefalinas e endorfinas, além da modulação da dopamina e serotonina que não só atuam no alívio da dor, como também ajudam a regular o estresse.
E como nós vimos anteriormente, reduzir o estresse significa não apenas melhoria na qualidade de vida, significa reforçar o sistema imunológico e contribuir para a homeostase do corpo.
E no longo prazo isso significa também ajudar o corpo a combater o surgimento de células cancerígenas.
Por isso, comece desde já a cuidar dos vários aspectos da vida que podem aliviar o estresse como:
- Prática de atividade física e /ou ao ar livre
- Alimentação rica em frutas, verduras e legumes
- Hidratação adequada
- Sono reparador
- Práticas de hobbies
- Prática de respiração, meditação ou yoga
- Cultivar bons relacionamentos
E se precisar de ajuda, é só agendar uma consulta clicando no botão abaixo
ou ligando para (31) 32340490.
Até a próxima,
Dr. Sérgio Takeuchi
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